PERSONAGENS: Ughar Uhran e Demóstenes

Entreolharam-se com desconforto enquanto mirados pelos olhos felinos do rei […] A pele mais escura que a pele dos habitantes da capital, ombros largos e braços compridos capazes de alcançar qualquer inimigo [ …] Em seu rosto, características de predador. Olhos ameaçadoramente estreitos como um rasgo, com um misto entre bronze e ouro, atentos ao menor movimento. Orelhas curtas, queixo forte e um nariz reto e fino como em continuação de sua testa larga e proeminente. Aparentava estar constantemente com o cenho franzido, o que aumentava ainda mais a sensação de fúria. Um homem a temer, não fosse a cordialidade introduzida à família ao longo dos anos de diplomacia. Bárbaro por natureza, lorde por tradição.

Eis aqui o soberano de Mansedes: a adaptação de um Orc sanguinário em humano monarca.

A idéia de Ughar Uhran foi concebida também de uma campanha de RPG muito anterior à criação de Khalik. Nada mais natural em minha pequena mente que, se de um lado haveria o protagonista de uma história individual saído de meus backgrounds, do outro, deveria encaixar outra grande personagem que fosse responsável pelo rumo da história do reino de Mansedes. Assim, nascia (de parto intelectual muito menos doloroso) Ughar Uhran.

Ughar traz consigo sangue bárbaro de tribos das entranhas da Costa dos Mil Faróis, com corpo, membros e astúcia desenvolvidos para caçadas e, também, para as adversidades de uma vida selvagem; em seu rosto, olhos selvagens domados pelas últimas gerações que dominaram e se instalaram na corte da capital do reino, atual Cidade de Ardir.

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Demóstenes, o primeiro de Ardir, chegara ao reino de Mansedes há poucos anos, mesmo que, para Ughar Uhran, pareça que esse já se fazia presente desde sempre. Aparecera como um viajante às portas da capital, mas não como um maltrapilho qualquer, sujo e cansado das estradas. Surgira com pele clara de um banho perfumado e com o mesmo manto bem alinhado ao corpo. Apresentava uma proposta. Não. Uma salvação.

Demóstenes surgiu em um simples pensamento, a princípio sem ideia fundamentada, mas logo nas primeiras linhas transcorridas sobre o velho, sua função se desdobrou em minha mente. Estrangeiro, com a idade passada muitos anos da juventude, feições benevolentes, munido de palavras sábias e de muito bom senso, Demóstenes ganhou seu lugar na corte de Ughar. Trouxe para o reino uma nova cultura vinda do exterior. O além-mar! Apresentou a palavra de Ardir (divindade também estranfeira), o toque da prosperidade e da fartura.

O rei passava sérias dificuldades com a saúde de seu herdeiro (Ughar Uhran II) e não tinha mais a quem recorrer. Demóstenes aparecera em momento providencial. Salvou o menino com seus conhecimentos trazidos por anos de estudos das doutrinas de Ardir e, em troca, pedira nada além de gratidão. Ughar deveria celebrar e cultuar a imagem do Deus Salvador por todos os cantos em que tivesse poder. E, assim, inicia-se o período de Independência do reino de Mansedes; uma segregação do continente e de sua cultura.

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Bom, serão essas as personagens presentes na primeira parte do Capítulo 01: Escolhas e Consequências.

Espero ter conseguido explicar um pouco sobre o rei Ughar e seu conselheiro Demóstenes. Meu maior receio é deixar vocês perdidos na história, portanto, caso ainda fique alguma informação vaga, por favor (mas por favor mesmo), me avisem. Assim, poderei identificar os problemas e saná-los.

Como diz um antigo chefe “Engrenagem que não range não recebe óleo!”

Desejo a todos uma excelente semana e boas leituras.

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